Como é difícil mudar!
Difícil se melhorar.
São tantas as barreiras internas. São tantos costumes. São tantas coisas que você aprendeu a ser sem nem perceber.
Um dia, você se depara com uma situação que te força a olhar com microscópio para tudo o que não está bem.
Aí você se rende. Percebe que está enganando a si mesmo, que está sendo incoerente, contraditório.
E começa a se policiar, se vigiar. Se retrai, se encolhe. Tudo para conseguir fazer essa metamorfose. Mudar! Aprender um jeito novo! Aprender a ser diferente!
E é muito gratificante quando a gente começa a ver resultados. Quando começa a fazer diferente até mesmo sem perceber, sem se policiar. Passa a ser natural!
Estou conseguindo!
Ainda falta muito, mas já caminhei um pouco!
E essa é uma vitória que comemoro calada, sem platéia. Se houvesse necessidade de mostrar para os outros seria um sinal de que na realidade eu não mudei nada.
Estou empenhada em mudar e satisfeita com as pequenas/grandes mudanças que vejo sozinha, aqui no meu canto.
Mas, uma das grandes dificuldades em mudar é o espelho.
Aquele espelho que vem dos outros. Aquele 'como o outro me vê', do qual não temos controle.
Quanto tempo será necessário para que quem está ao meu redor perceba as mudanças em mim?
Ou será que não mudei nada?!?!
Foram mudanças tão imperceptíveis para quem vê, mas tão giantescas dentro de mim...
Não que eu queira uma medalha por meu esforço. Mas reconhecer que eu mudei significa não me atirar mais na cara coisas que eu não sou mais.
Significa não dificultar minha empreitada, reagindo ao meu eu que não é mais, e me prendendo nesse passado de mim.
Já é passado, você não vê!?!?
Nossa relação fica descompassada; eu te falo A e você me responde C, porque 'sabe' que eu 'SEMPRE' respondo B.
Você não percebe que eu não 'sempre' mais nada?!?!
'Sempre' e 'nunca' são palavras que tiveram seus significados evaporados aos meus olhos.
E me pergunto como é que você 'sabe' algo de mim com tanta segurança, se nem eu 'sei' tanto assim...
Hoje sei que já fui muito confusa e contraditória. Te peço perdão se isso te afetou, te lastimou, ou até te irritou em algum momento. Mas estou num esforço grande para deixar isso tudo para trás. Então, eu preciso que você também me liberte dessa pessoa que eu costumava ser.
Se você quiser, estou ansiosa para que você conheça essa 'nova eu' que está surgindo!
Basta que você deixe de me ver com os olhos de antes, cheios de certezas, de 'sempres' e 'nuncas'.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Flor no deserto
O terreno é árido, seco.
O horizonte, monótono.
O céu ora com um sol que castiga, ora com uma escuridão que assombra. Tímida, uma flor solitária cresce em meio ao deserto.
Contrária a tudo, a flor delicada continua sendo uma flor.
Mesmo necessitando de água para saciar sua sede e crescer mais bela, ela inventa uma forma de ser bela sem a água.
Mesmo necessitando de compahia para admirar suas qualidades, ela inventa um jeito de fazer amizade com o vento para, afinal, não se sentir tão só.
Mesmo não sabendo se existem outras irmãs flores longe, além do horizonte, ela acredita que não deve ser a única flor que descobriu uma maneira de crescer no deserto.
Sem saber se uma chuva vai surgir, embebedando de esperanças esse solo tão castigado, ou se o sol vai finalmente extinguir suas últimas forças, ela continua acreditando que é flor. E continua vivendo cada dia, esperando que o amigo vento lhe traga alguma novidade e renove suas esperanças. E torcendo para que ao menos essa noite, o outro amigo, o orvalho, a visite.
domingo, 26 de julho de 2009
De olhos vendados
Vamos, não se sinta culpado.
Não se sinta vendado.
Se não há nada de errado nos olhos de quem vê.
Poucos olhos, aliás, não vêem porque não podem.
Cada um costura sua venda, de acordo com o que não quer ver.
E com que desfaçatez também não altero o foco daquilo que não me agrada?
Outra vez, vendada.
Quando, por um acaso, a venda nos falta, os olhos nos doem.
Mas, de olhos nus, não nos resta outra que não vislumbrar o horizonte azul.
E percebemos, surpresos, que há tanto mais para ver!
E percebemos, surpresos, que há tanto mais para ver!
Com que palavras te digo, amigo, que torço para que tuas vendas não te sirvam mais?
Dizendo isso, desejo que te falte a paz?
Não!
Desejo, com um sorriso, que aprenda a usar tua visão.
Para o teu caminho ficar mais colorido, e para que saiba em qual direção está indo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009
A Maldição da Kombi branca

Dirigir na noite de São Paulo me tranquiliza, me faz sorrir. Me lembra da minha infância, de quando a família passeava de noite, e íamos os quatro filhos malocados no banco de trás, rindo e cantando ao som da fita gasta dos Beatles que meu pai escutava desde que me entendo por gente.
Vez ou outra meu pai virava um tapa em quem pegasse, pra ver se a gente sossegava um pouco (acho que dirigir com quatro crianças no carro não era tão agradável pra ele!).
Várias vezes eu me perdia na janela, olhando as ruas vazias passando rápido. Poucas pessoas andando, poucos carros trafegando, e todos muito mais tranquilos do que com a pressa e tensão habituais durante o dia.
Adoro dirigir!
Mas, dirijo há pouco tempo. Quando comecei, ainda me preocupava muito mais em fazer tudo certo, não atrapalhar ninguém, prestar atenção em tudo e "perceber o carro" pra saber a hora de mudar a marcha. Minha maior preocupação era saber a hora de mudar a marcha, e me irritava quando alguém dizia "você vai sentir, isso vai ficando automático!". Durante minhas aulas, já me via largando minha carreira e criando um método novo de ensino para novos motoristas. Meu professor não tinha didática nenhuma! Mas, ainda assim, era melhor do que a véia ranzinza da mãe dele, dona da Auto Escola. Fiz um pedido para não pegar aquela mulher (ela me dava medo) e tive que aceitar o filho que, afinal, era a melhor opção. Apesar de tudo, o cara era bonzinho e tinha muito otimismo quanto a eu (que nunca tinha nem ligado um carro na vida!) ser capaz de não fazer nenhuma cagada e conseguir sair andando pela cidade numa boa (Tudo bem que era uma cidade pequena, que não tem nem semáforo, mas ainda assim, não achava tão prudente me soltar tão crua no meio das pessoas).
Aos poucos, fui percebendo que eu levava um certo jeito para a coisa e que o meu maior problema era não ter medo e gostar de correr, além da dificuldade inicial e já superada com as ladeiras, e do meu problema com balizas (típico de mulherzinha!).
OK! Carteira na mão, dirigindo em São Paulo!
Eu consigo achar beleza na minha cidade, mas a rotina do trânsito é caótica mesmo, e não há como fugir.
Já sou infinitamente mais malandra dirigindo. Tão malandra que já percebo que o problema maior são os outros! Os loucos apressados e impacientes. Os lerdos "nem aí" pro mundo. Os pentelhos que te ultrapassam para andar mais devagar que você. Os indecisos que não conseguem decidir qual faixa preferem e resolvem que melhor mesmo é andar entre as duas. Os taxistas donos da rua. Os caminhoneiros assassinos. Os motoqueiros suicidas. Os cachorros de rua suicidas. Os pedestres suicidas. E, (por que não?) na minha vizinhança, até as pombas suicidas!
Hoje vejo que minha maior dificuldade é controlar minha irritação diante de todos esses testes de sanidade.
Tenho certeza de que várias coisas só acontecem comigo. Aprendi a NUNCA me meter com ônibus. Sei que dentre os milhões de motoqueiros em São Paulo, o da minha frente é sempre aquele que deve ganhar por hora e que resolve não pegar a via imaginária das motos, entre as pistas um e dois, e vem na via normal, a irritantes 30km/h!
Já aprendi a adivinhar quando um cara vai mudar de pista do nada na minha frente e só dar a seta durante o movimento. É sério, o cara dá sinais antes de fazer isso, e eu já aprendi a tirar o pé e deixar o pentelho passar, tentando só usar palavras bonitas para me referir à ele. Afinal, meu objetivo é me manter tranquila (pelo menos tentar!).
Porém..... há algo no trânsito de São Paulo que me intriga, me tira do sério e que vejo como um mistério ainda por ser desvendado. Talvez, uma das maiores lendas urbanas de nossos tempos!
Não importa de onde você veio, para onde você vai, ou se vai simplesmente devolver o filme na locadora, logo ali na esquina: SEMPRE VAI HAVER UMA MALDITA KOMBI BRANCA NO SEU CAMINHO!
Preciso dizer aqui que sempre simpatizei com as Kombi. A Perua do Tio Walter, na escola, era uma Kombi. Nas férias com a família no Rio, em 91, meu tio alugou uma Kombi (ficou traumatizado pq no ano anterior saíamos em 8 pessoas num carro com uma porta que não fechava direito. E a cada 5 minutos passava um carioca gentil soltando um: "Bi, biii - A porrrta!". - E não é que a maldita Kombi quebrou no meio do túnel Rebouças! Sim, eu já estive em uma Kombi branca no caminho de alguém!).
Mas, mesmo com este histórico com as Kombi, ainda me intrigo com esse fenômeno que acontece nas ruas da minha cidade (e quiçá, mundo afora!).
Existem as variações. Elas podem ter algum adesivo, desenhos e/ou propaganda. Podem ter uma faixa pintada de outra cor. Podem estar vazias, ou carregando tanta coisa que deixam a porta semi aberta. E podem ter a porta de trás em versões azul ou amarela, e muitas vezes amassadas e com a ferrugem comendo solta. Ou até ter uma caçamba adaptada na parte traseira. Mas elas SEMPRE têm a mesma alma da Kombi branca original.
Até na ilha do Lost, gente! Tem que escolher um automóvel para enfiar na série, qual eles escolhem? A maldita Kombi branca (com a faixa azul)!!!!!
Existem as variações. Elas podem ter algum adesivo, desenhos e/ou propaganda. Podem ter uma faixa pintada de outra cor. Podem estar vazias, ou carregando tanta coisa que deixam a porta semi aberta. E podem ter a porta de trás em versões azul ou amarela, e muitas vezes amassadas e com a ferrugem comendo solta. Ou até ter uma caçamba adaptada na parte traseira. Mas elas SEMPRE têm a mesma alma da Kombi branca original.
Até na ilha do Lost, gente! Tem que escolher um automóvel para enfiar na série, qual eles escolhem? A maldita Kombi branca (com a faixa azul)!!!!!
ELAS ESTÃO EM TODO LUGAR!!!!

O motorista da Kombi SEMPRE é um cara abusadinho, que gostaria de passar por cima de todo mundo, se pudesse. Mas, uma vez na sua frente, ele SEMPRE te bloqueia, te impedindo de andar mais rápido do que ele.
E que Deus te proteja se tiver que mudar de faixa na frente dele!
Eu tenho cá pra mim que o sujeito quando adquire uma Kombi branca deve receber junto um manual secreto de como dirigir ao mesmo tempo em que assombra a população comum. E acho que nesse manual devem vir instruções para intercomunicação entre os companheiros Kombeiros! Eles devem seguir uma ordem para se espalhar pela cidade, porque, apesar de sempre ter uma em seu caminho, é curioso que seja realmente UMA. É muito raro ter mais de uma em seu campo de visão. E quando finalmente sai uma da sua frente, não demora muito já vem outra em seu lugar!
E que Deus te proteja se tiver que mudar de faixa na frente dele!
Eu tenho cá pra mim que o sujeito quando adquire uma Kombi branca deve receber junto um manual secreto de como dirigir ao mesmo tempo em que assombra a população comum. E acho que nesse manual devem vir instruções para intercomunicação entre os companheiros Kombeiros! Eles devem seguir uma ordem para se espalhar pela cidade, porque, apesar de sempre ter uma em seu caminho, é curioso que seja realmente UMA. É muito raro ter mais de uma em seu campo de visão. E quando finalmente sai uma da sua frente, não demora muito já vem outra em seu lugar!

(Olha aí! Não falei que elas estavam em TODO lugar!
Kombi branca com faixa preta - versão Lego.
A prova de que eles já são treinados desde pequenos!)
terça-feira, 16 de junho de 2009
Mosaico
Não sei qual pedaço de mim é meu, mas sei que carrego um pedacinho de cada pessoa que passou por mim.
Mas qual pedacinho é só meu?
Tenho um pedacinho azul, de quem me ensinou a ser mais tranqüila.
Um pedacinho vermelho, da amiga que me ensinou a reclamar.
Ganhei um pedacinho branco, da amiga que me ensinou a calar.
Mas qual pedacinho é só meu?
Sei que ganhei vários pedacinhos do meu pai;
Alguns me deram educação.
Outros me ensinaram o valor dos amigos.
E outros o perfeccionismo e a intolerância.
Mas qual pedacinho é só meu?
Também ganhei muitos pedacinhos da minha mãe;
Uns formaram a conversa fácil.
Outros o sorriso fácil.
O colo grande e os braços sempre abertos.
Mas outros, a carência, a insegurança e a teimosia.
Mas qual pedacinho é só meu?
É tanto pedacinho que às vezes não sei qual deles não precisou ser ganhado de ninguém!
Mas então... Se todos esses pedacinhos estão em mim, já não passaram a ser meus?
Será que importa saber qual pedacinho é só meu, se o que somos é o resultado de todos eles?
Não sei qual pedacinho é só meu, mas sei que eles todos, juntos, formam um lindo e único mosaico que tem a sua beleza própria de ser exatamente e simplesmente aquilo que é!
Meus ou não, os vários pedacinhos de mim!
Mas qual pedacinho é só meu?
Tenho um pedacinho azul, de quem me ensinou a ser mais tranqüila.
Um pedacinho vermelho, da amiga que me ensinou a reclamar.
Ganhei um pedacinho branco, da amiga que me ensinou a calar.
Mas qual pedacinho é só meu?
Sei que ganhei vários pedacinhos do meu pai;
Alguns me deram educação.
Outros me ensinaram o valor dos amigos.
E outros o perfeccionismo e a intolerância.
Mas qual pedacinho é só meu?
Também ganhei muitos pedacinhos da minha mãe;
Uns formaram a conversa fácil.
Outros o sorriso fácil.
O colo grande e os braços sempre abertos.
Mas outros, a carência, a insegurança e a teimosia.
Mas qual pedacinho é só meu?
É tanto pedacinho que às vezes não sei qual deles não precisou ser ganhado de ninguém!
Mas então... Se todos esses pedacinhos estão em mim, já não passaram a ser meus?
Será que importa saber qual pedacinho é só meu, se o que somos é o resultado de todos eles?
Não sei qual pedacinho é só meu, mas sei que eles todos, juntos, formam um lindo e único mosaico que tem a sua beleza própria de ser exatamente e simplesmente aquilo que é!
Meus ou não, os vários pedacinhos de mim!

sexta-feira, 29 de maio de 2009
Não se vá, Otimismo!
O otimismo chega como um anjo que sussurra o bem nos nossos ouvidos, nos dando esperança.
Ele estende suas longas asas, nos envolvendo num abraço, até nos darmos conta de que não estamos sozinhos.
Suas asas também servem como um escudo contra os empecilhos, tão reais e tão cruéis, que nos rodeiam e que fazem o otimismo, inconstante que é, escapulir.
Mas o otimismo vem, acompanhado dos anjos, nos fazendo sonhar. E acreditar.
- Ah, seu Otimismo, não se vá outra vez! E traga a sua amiga, tão conhecida minha, mas que se foi junto com você depois que a Desilusão nos invadiu bruscamente! Vá lá, e traga a Iniciativa de volta!
Diga que a força das asas dos anjos irá nos proteger toda vez que a Dona Força que mora em mim estiver adormecida!
Não se vá, Otimismo!
Ele estende suas longas asas, nos envolvendo num abraço, até nos darmos conta de que não estamos sozinhos.
Suas asas também servem como um escudo contra os empecilhos, tão reais e tão cruéis, que nos rodeiam e que fazem o otimismo, inconstante que é, escapulir.
Mas o otimismo vem, acompanhado dos anjos, nos fazendo sonhar. E acreditar.
- Ah, seu Otimismo, não se vá outra vez! E traga a sua amiga, tão conhecida minha, mas que se foi junto com você depois que a Desilusão nos invadiu bruscamente! Vá lá, e traga a Iniciativa de volta!
Diga que a força das asas dos anjos irá nos proteger toda vez que a Dona Força que mora em mim estiver adormecida!
Não se vá, Otimismo!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Um dia desses
Tem dias que parecem o começo de algo muito importante.
Tem dias que parecem o fim de algo muito importante.
Tem dias que são uma nova chance.
Tem dias que são só a continuação.
Tem dias que passam sem a gente nem ver.
Tem dias que queremos todo mundo perto.
Tem dias que queremos todo mundo longe.
Tem dias que desperdiçamos pensando no ontem.
Tem dias que desperdiçamos pensando no amanhã.
E tem dias estranhos, onde nada parece ter seu lugar certo.
Hoje é um dia desses.
Que dia será que vai ser amanhã?
Tem dias que parecem o fim de algo muito importante.
Tem dias que são uma nova chance.
Tem dias que são só a continuação.
Tem dias que passam sem a gente nem ver.
Tem dias que queremos todo mundo perto.
Tem dias que queremos todo mundo longe.
Tem dias que desperdiçamos pensando no ontem.
Tem dias que desperdiçamos pensando no amanhã.
E tem dias estranhos, onde nada parece ter seu lugar certo.
Hoje é um dia desses.
Que dia será que vai ser amanhã?
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Medicação
"Aceite-se tal qual é, buscando melhorar-se.
Suporte com paciência as provas do caminho.
Se você caiu, erga-se logo para seguir adiante.
Se já conhece o que seja tentação, já sabe claramente como evitá-la.
Deixe de criar motivações a sofrimentos de que não tem necessidade.
Abstenha-se de relações que lhe prejudiquem a paz.
Não tente sanar amarguras da alma com medicações que lhe criem exagerada dependência.
Cultive fortaleza de ânimo e acolha a realidade, tal como se apresenta.
Faça todo bem que puder, auxiliando a todos, mesmo quando não possa estar com todos.
Trabalhe sempre, confiando em Deus.
Não diga que isso é óbvio ou que você já sabe tudo isto, porque os planos do Bem devem ser infinitamente repetidos e a construção mais simples é sempre a mais difícil de se fazer."
André Luiz (Francisco Cândido Xavier)
quarta-feira, 18 de março de 2009
Arriscar-se
Há alguns anos atrás, um amigo arrancou uma folha de seu caderno e nela escreveu um poema e me entregou. Queria retribuir uma gentileza que fiz a ele.
As palavras não eram dele, mas muito bonitas e sábias.
Guardei essa folha, como guardo todas as cartas e bilhetes de carinho que recebo.
Anos depois, relendo essas palavras, percebi que só agora realmente compreendi o que elas querem dizer.
Hoje elas não são só palavras sábias e bonitas, são palavras que fazem sentido para mim...
"Rir é arriscar-se a parecer louco. Chorar é arriscar-se a parecer sentimental. Estender a mão é arriscar-se a se envolver. Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor o seu eu verdadeiro. Expor suas idéias e sonhos em público é arriscar-se a perder. Viver é arriscar-se a morrer. Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção. Tentar é arriscar-se a falhar. Mas... é preciso correr riscos. Porque o maior azar da vida é não arriscar nada... Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são. Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza. Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver... Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade. Só a pessoa que arrisca é livre... Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida..."
Soren Kiekegaard
segunda-feira, 2 de março de 2009
Fazendo o meu melhor!
Outro dia estava ajudando meu filho com sua lição de casa. Ele é um menino muito inteligente, possui um dom que muitos adultos não tem, que é o de ser pontual; dizer em poucas palavras tudo o que precisa ser dito e não se perder em floreios e detalhes (nisso, tão diferente de sua mãe! rs). Para ele, o que é, é. Não precisa de um montão de palavras para ser explicado.
Com ele, pessoa muito verbal que sou, aprendo que existem milhões de nuances que vocabulário nenhum explica ou define. Com ele aprendo que não preciso teimar em dizer coisas em voz alta para que se tornem verdade, elas já são verdade mesmo que não sejam ditas.
Mas, a vida escolar, que depende de notas, avaliações, pontos negativos e bilhetes para as mães, tudo para que TODOS desenvolvam a forma mais parecida possível de se expressar, exige mais palavras dele.
Então, tive que encontrar uma forma de convencê-lo de que muitas vezes é necessário mais do que uma linha para explicar nossa opinião.
Ao longo dos anos, sempre tive muita dificuldade em encontrar um argumento que o convencesse, já que para ele é tão óbvio que 'o que é, é, e não precisa de mais palavras para ser'.
Foi então que encontrei um argumento que pareceu deixá-lo sem resposta. Desarmá-lo em sua convicção.
"O que você fez está bom. Realmente responde o que foi pedido. Se o que queremos é 'ter nota para passar', com certeza você terá 'nota azul'. Mas, tenho certeza de que esse não é o seu melhor."
"Você pode fazer melhor!"
Que frase poderosa!
"VOCÊ PODE FAZER MELHOR!"
Qual professora nunca usou essa frase? No entato, há tanta verdade nela...
Refleti muito sobre o 'fazer o melhor possível'. Nesses tempos de tormenta, onde o chão parece sair do lugar e te deixa querendo saber 'que raios eu vim fazer nesse mundo???', essa frase faz todo o sentido.
Misturando essa frase com a sabedoria inata do meu filho, acho que entendo um pouco melhor. Não temos como saber com palavras exatas o que viemos fazer nesse mundo. Não sabemos direito de onde viemos e para onde vamos. Mesmo porque, muitas vezes a vida parece te levar, muito mais do que você leva a vida. Mas, se temos realmente que colocar em palavras, o que mais vale é essa frase curta e cheia de sabedoria.
Viemos aqui para fazer o nosso melhor!
Com ele, pessoa muito verbal que sou, aprendo que existem milhões de nuances que vocabulário nenhum explica ou define. Com ele aprendo que não preciso teimar em dizer coisas em voz alta para que se tornem verdade, elas já são verdade mesmo que não sejam ditas.
Mas, a vida escolar, que depende de notas, avaliações, pontos negativos e bilhetes para as mães, tudo para que TODOS desenvolvam a forma mais parecida possível de se expressar, exige mais palavras dele.
Então, tive que encontrar uma forma de convencê-lo de que muitas vezes é necessário mais do que uma linha para explicar nossa opinião.
Ao longo dos anos, sempre tive muita dificuldade em encontrar um argumento que o convencesse, já que para ele é tão óbvio que 'o que é, é, e não precisa de mais palavras para ser'.
Foi então que encontrei um argumento que pareceu deixá-lo sem resposta. Desarmá-lo em sua convicção.
"O que você fez está bom. Realmente responde o que foi pedido. Se o que queremos é 'ter nota para passar', com certeza você terá 'nota azul'. Mas, tenho certeza de que esse não é o seu melhor."
"Você pode fazer melhor!"
Que frase poderosa!
"VOCÊ PODE FAZER MELHOR!"
Qual professora nunca usou essa frase? No entato, há tanta verdade nela...
Refleti muito sobre o 'fazer o melhor possível'. Nesses tempos de tormenta, onde o chão parece sair do lugar e te deixa querendo saber 'que raios eu vim fazer nesse mundo???', essa frase faz todo o sentido.
Misturando essa frase com a sabedoria inata do meu filho, acho que entendo um pouco melhor. Não temos como saber com palavras exatas o que viemos fazer nesse mundo. Não sabemos direito de onde viemos e para onde vamos. Mesmo porque, muitas vezes a vida parece te levar, muito mais do que você leva a vida. Mas, se temos realmente que colocar em palavras, o que mais vale é essa frase curta e cheia de sabedoria.
Viemos aqui para fazer o nosso melhor!
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Ciclo
Crio, Criança, Criatura
Desenvoltura
Cresço, Floresço, Amadureço
Procuro, Construo, Flutuo
Ofereço, Pereço
Padeço
Padeço
Desfaço, despeço
Espero...
Espero...
Encontro, Encanto
Inspiro
Crio, criança, criatura...
Desenvoltura
Cresço, Floresço, Amadureço
Procuro, Construo, Flutuo
Ofereço, Pereço
Padeço
Padeço
Desfaço, despeço
Espero...
Espero...
Encontro, Encanto
Inspiro
Crio, criança, criatura...
Até que a vida nos prepare
Me sinto uma criança.
Me sinto descobrindo o mundo.
A cada barreira que ultrapasso, a cada batalha que venço me sinto aprendendo um pouco mais.
E a cada vez que me sinto sábia e dona de mim, a vida me prepara uma surpresa e me mostra que ainda não sei nada.
"A vida é uma caixinha de surpresas", "A vida é uma montanha russa"...
Que nada!
A vida é uma tia avó que mora longe e que às vezes tem balinha, às vezes dá bronca, que às vezes deixa brincar no quintal mas às vezes manda a gente tirar o pé do sofá, e que sempre tem uma frase de efeito que é clichê mas que não sai da nossa cabeça na hora do aperto!
Tia! Desculpa qualquer coisa, e obrigada por tudo!!!
Me sinto descobrindo o mundo.
A cada barreira que ultrapasso, a cada batalha que venço me sinto aprendendo um pouco mais.
E a cada vez que me sinto sábia e dona de mim, a vida me prepara uma surpresa e me mostra que ainda não sei nada.
"A vida é uma caixinha de surpresas", "A vida é uma montanha russa"...
Que nada!
A vida é uma tia avó que mora longe e que às vezes tem balinha, às vezes dá bronca, que às vezes deixa brincar no quintal mas às vezes manda a gente tirar o pé do sofá, e que sempre tem uma frase de efeito que é clichê mas que não sai da nossa cabeça na hora do aperto!
Tia! Desculpa qualquer coisa, e obrigada por tudo!!!
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