sexta-feira, 5 de maio de 2017

Autonomia ou Individualismo?

Nossa geração vive num período tão rico, e ao mesmo tempo tão conflituoso, que chega a ser injusto dizer que somos contraditórios.
Como não ser contraditório em tempos de tantos extremos!?
Mas sim, nós somos.
A vida nos tem exigido demais. E tem se tornado cansativo, exaustivo aprender a lidar com tudo. Estamos adoecendo cedo. Estamos buscando alívio e satisfação em coisas simples, e muitas vezes imediatas. Estamos procurando formas de nos desligar de tudo.
Mas também procuramos formas de nos curar, de superar, de compreender.

Temos buscado apoio na fé, na religião, na espiritualidade.
Tenho visto cada vez mais pessoas falando sobre práticas meditativas, autoconhecimento, busca do equilíbrio interior. Isso é realmente bastante positivo. Parece que estamos indo pelo caminho certo. Ou, pelo menos, tentando!
A sabedoria das filosofias orientais está ganhando força entre nós. Ao mesmo tempo em que venho fazendo essas descobertas, tímida e intimamente.
E do pouco que venho aprendendo, posso dizer que um dos preceitos básicos deste tipo de modelo de vida é a busca pela autonomia emocional. É o aprender a bastar-se em si mesmo. Centrar-se. Olhar para dentro, e se autoconhecer, para não tomar atitudes em desequilíbrio, baseadas nas nossas feridas e vazios internos. Para não nos deixarmos levar por raiva, mágoas. Para não aceitarmos viver relacionamentos indignos, sem amorosidade, reciprocidade e respeito. Para não nos colocarmos na posição de vítimas sofredoras do mundo.
Sim, porque somos humanos. E nossa natureza humana nos leva por esse caminho, sem nos darmos conta.
E é a esse "se dar conta", esse "despertar", que toda esta doutrina milenar se refere. E encontra eco na psicologia e filosofia ocidentais.
É o aprender a ter atitudes conscientes, buscando sempre a nossa evolução pessoal.

E por que precisamos evoluir?

Porque vivemos em comunidade. Porque compartilhamos nosso espaço com outros indivíduos que também carregam suas peculiaridades e motivações internas.
A importância de nos tornarmos pessoas melhores, é para que possamos aprender a conviver em harmonia, em cooperação. Para aprendermos a lidar com nossas próprias angústias, e assim sermos capazes de acolher a angústia do outro. Sem julgamentos. Sem sermos reativos.
Sei que meditação, evolução, harmonia... são palavras bonitas de se compartilhar nas redes sociais, e ganhar muitos "likes". Mas quando vejo algo se disseminando tão rápido, dá a sensação de que está virando "moda".






E não me levem a mal, é ótimo que vire moda algo tão benéfico, ao invés de outras práticas bem menos edificantes... Mas o risco de algo virar moda, é que tem a tendência de se propagar sem gerar reflexão.
E o que é a autonomia sem reflexão? É individualismo. É a busca por se diferenciar dos outros. E ser diferente, nos distancia.

Que olhar para dentro seja apenas a forma de nos tornarmos indivíduos melhores, mais empáticos, e preparados para dividir, e conviver melhor em grupo. Que nos aproxime!
Estamos todos precisando dessa proximidade!



quinta-feira, 4 de maio de 2017

Rotina

E a rotina vem, tornando um dia igual ao outro. Levando nossos sonhos para longe de nós. Até nos fazer esquecer para onde queremos ir.
Rotina torna o tempo escasso.
Gastamos tanta energia fazendo o que ela nos manda, que acaba não sobrando nada para conseguir romper com ela.
Sou daquelas que gosta mesmo é de um dia diferente do outro. De ter um objetivo além de chegar viva ao fim do dia, com a lista de afazeres completa.
Há tanto mais para se fazer!
Preciso ter tempo para sorrir.
Para escutar quem eu amo.
Para dizer coisas bonitas a quem me ama.
Para ver crescer aquilo tudo de bonito que carrego dentro de mim, e que a rotina não deixa.
Quero dias coloridos.
Quero o brilho no olhar.
Quero encontrar a melodia que me faz vibrar.
Quero voar pra longe, sabendo sempre que posso voltar. (ou não! depende pra onde vou flutuar!)
Seguir o caminho que sinto aqui dentro, sem nada pra me segurar.

Rotina, está na hora de te dizer que quem manda em mim é meu coração, e não você!