Nossa geração vive num período tão rico, e ao mesmo tempo tão conflituoso, que chega a ser injusto dizer que somos contraditórios.
Como não ser contraditório em tempos de tantos extremos!?
Mas sim, nós somos.
A vida nos tem exigido demais. E tem se tornado cansativo, exaustivo aprender a lidar com tudo. Estamos adoecendo cedo. Estamos buscando alívio e satisfação em coisas simples, e muitas vezes imediatas. Estamos procurando formas de nos desligar de tudo.
Mas também procuramos formas de nos curar, de superar, de compreender.
Temos buscado apoio na fé, na religião, na espiritualidade.
Tenho visto cada vez mais pessoas falando sobre práticas meditativas, autoconhecimento, busca do equilíbrio interior. Isso é realmente bastante positivo. Parece que estamos indo pelo caminho certo. Ou, pelo menos, tentando!
A sabedoria das filosofias orientais está ganhando força entre nós. Ao mesmo tempo em que venho fazendo essas descobertas, tímida e intimamente.
E do pouco que venho aprendendo, posso dizer que um dos preceitos básicos deste tipo de modelo de vida é a busca pela autonomia emocional. É o aprender a bastar-se em si mesmo. Centrar-se. Olhar para dentro, e se autoconhecer, para não tomar atitudes em desequilíbrio, baseadas nas nossas feridas e vazios internos. Para não nos deixarmos levar por raiva, mágoas. Para não aceitarmos viver relacionamentos indignos, sem amorosidade, reciprocidade e respeito. Para não nos colocarmos na posição de vítimas sofredoras do mundo.
Sim, porque somos humanos. E nossa natureza humana nos leva por esse caminho, sem nos darmos conta.
E é a esse "se dar conta", esse "despertar", que toda esta doutrina milenar se refere. E encontra eco na psicologia e filosofia ocidentais.
É o aprender a ter atitudes conscientes, buscando sempre a nossa evolução pessoal.
E por que precisamos evoluir?
Porque vivemos em comunidade. Porque compartilhamos nosso espaço com outros indivíduos que também carregam suas peculiaridades e motivações internas.
A importância de nos tornarmos pessoas melhores, é para que possamos aprender a conviver em harmonia, em cooperação. Para aprendermos a lidar com nossas próprias angústias, e assim sermos capazes de acolher a angústia do outro. Sem julgamentos. Sem sermos reativos.
Sei que meditação, evolução, harmonia... são palavras bonitas de se compartilhar nas redes sociais, e ganhar muitos "likes". Mas quando vejo algo se disseminando tão rápido, dá a sensação de que está virando "moda".
E não me levem a mal, é ótimo que vire moda algo tão benéfico, ao invés de outras práticas bem menos edificantes... Mas o risco de algo virar moda, é que tem a tendência de se propagar sem gerar reflexão.
E o que é a autonomia sem reflexão? É individualismo. É a busca por se diferenciar dos outros. E ser diferente, nos distancia.
Que olhar para dentro seja apenas a forma de nos tornarmos indivíduos melhores, mais empáticos, e preparados para dividir, e conviver melhor em grupo. Que nos aproxime!
Estamos todos precisando dessa proximidade!
sexta-feira, 5 de maio de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Rotina
E a rotina vem, tornando um dia igual ao outro. Levando nossos sonhos para longe de nós. Até nos fazer esquecer para onde queremos ir.
Rotina torna o tempo escasso.
Gastamos tanta energia fazendo o que ela nos manda, que acaba não sobrando nada para conseguir romper com ela.
Sou daquelas que gosta mesmo é de um dia diferente do outro. De ter um objetivo além de chegar viva ao fim do dia, com a lista de afazeres completa.
Há tanto mais para se fazer!
Preciso ter tempo para sorrir.
Para escutar quem eu amo.
Para dizer coisas bonitas a quem me ama.
Para ver crescer aquilo tudo de bonito que carrego dentro de mim, e que a rotina não deixa.
Quero dias coloridos.
Quero o brilho no olhar.
Quero encontrar a melodia que me faz vibrar.
Quero voar pra longe, sabendo sempre que posso voltar. (ou não! depende pra onde vou flutuar!)
Seguir o caminho que sinto aqui dentro, sem nada pra me segurar.
Rotina, está na hora de te dizer que quem manda em mim é meu coração, e não você!
Rotina torna o tempo escasso.
Gastamos tanta energia fazendo o que ela nos manda, que acaba não sobrando nada para conseguir romper com ela.
Sou daquelas que gosta mesmo é de um dia diferente do outro. De ter um objetivo além de chegar viva ao fim do dia, com a lista de afazeres completa.
Há tanto mais para se fazer!
Preciso ter tempo para sorrir.
Para escutar quem eu amo.
Para dizer coisas bonitas a quem me ama.
Para ver crescer aquilo tudo de bonito que carrego dentro de mim, e que a rotina não deixa.
Quero dias coloridos.
Quero o brilho no olhar.
Quero encontrar a melodia que me faz vibrar.
Quero voar pra longe, sabendo sempre que posso voltar. (ou não! depende pra onde vou flutuar!)
Seguir o caminho que sinto aqui dentro, sem nada pra me segurar.
Rotina, está na hora de te dizer que quem manda em mim é meu coração, e não você!
sexta-feira, 31 de março de 2017
UBER ENQUANTO ALTERNATIVA DE TRABALHO EM TEMPOS DE CRISE
![]() |
https://www.uber.com/pt-BR/ |
Mobilidade urbana é sempre um tema que provoca debate. Qualquer mudança na legislação ou na rotina das pessoas, se torna algo amplamente discutido por todos, desde os jornais mais conceituados, até as rodas de conversa no fim de tarde dos botecos mais populares. Um acidente, a queda de uma árvore, um alagamento, a redução da velocidade máxima permitida... Toda alteração que interfere na locomoção da população, é motivo para especulações.
Não foi diferente com a chegada ao Brasil do serviço de carona remunerada, através de aplicativos para celular. Até que todos compreendessem como este serviço funciona, e qual seria seu papel no sistema de transporte, muito foi debatido e discutido.
A controvérsia e a polêmica não impediram o crescimento rápido deste serviço. Talvez tenham até contribuído para uma maior visibilidade. Hoje, o aplicativo já soma mais de 100 milhões de downloads e muito se pode refletir sobre o êxito deste tipo de atendimento. A junção de praticidade, inovação, tecnologia, e preço baixo, por si só, já seria o suficiente para explicar a razão de seu uso ter caído no gosto do brasileiro. No entanto, o sucesso da Uber nas ruas do país não se deve apenas às facilidades do serviço, e à economia para os bolsos dos usuários. A Uber veio a preencher uma lacuna no nosso falho e sobrecarregado sistema de transporte.
Nas situações em que ônibus, metrô e trem não nos levam onde precisamos ir, existem os táxis. E é inegável que o serviço de táxi, além de caro, está obsoleto, estagnado. Os táxis certamente nunca deixarão de existir, mas precisam ser atualizados para acompanhar as exigências do mundo moderno. A burocracia exigida aos taxistas e o sistema de concessão de alvará torna o motorista contemplado com esta licença possuidor da mesma estabilidade confortável de um funcionário público concursado; aquele espaço foi conquistado, e lhe pertence. Até que a tendência natural de evolução e aperfeiçoamento na prestação de serviços bateu às suas portas (ou capotas). O avanço tecnológico trouxe um serviço inovador como concorrência, onde antes não haviam adversários.
Esta é a origem principal da disputa entre taxistas e motoristas de Uber. Disputa sem sentido, se observarmos o quanto fica nítido que a grande maioria dos usuários da Uber não a estão utilizando em substituição ao táxi. Eram cidadãos que já estavam insatisfeitos com o atendimento dos táxis, e terminavam por se locomover de outra forma. A Uber se encaixou perfeitamente nesta lacuna, e teve uma ascensão meteórica.
Com o crescimento rápido foi necessário atrair uma quantidade elevada de motoristas, para atender a demanda de usuários. O ramo de carona remunerada tem sido uma alternativa de trabalho no Brasil em tempos de crise, com seus mais de 12 milhões de desempregados. Grande parte dos desempregados, são cidadão de classe média, com nível superior e pós-graduação, que vivem na eterna busca por uma boa colocação profissional. O mercado tem expulsado pessoas extremamente capacitadas e diplomadas, sem muita cerimônia. E estas pessoas se vêem sem trabalho, e com um bom carro (muitas vezes ainda sob financiamento) parado na garagem. Trabalhar com a Uber parece até uma solução óbvia.
No rotina de avaliação psicológica de motoristas, temos atendido cidadãos como esses, que estão fora do mercado de trabalho, e encontram na Uber uma possibilidade de fonte de renda, com horários flexíveis.
Diplomas e um currículo invejável não são relevantes para este tipo de trabalho. Não é necessário passar pelo estresse de entrevistas e seleções de emprego. A empresa abre portas de forma democrática para uma parceria na qual todos podem sair ganhando.
O que ainda precisamos notar com atenção, é de que forma estas pessoas estão funcionando no modo "plano B". Muitas delas estão insatisfeitas com o rumo de suas vidas profissionais, uma vez que todo seu investimento e seu potencial estão em segundo plano.
É preciso acompanhar de perto e oferecer suporte para que estes novos motoristas profissionais encontrem satisfação em sua nova ocupação, para que esta parceria se torne ainda mais vantajosa para todas as partes envolvidas. Especialmente os usuários, que estão encantados com a facilidade que o serviço da Uber trouxe para seu cotidiano.
Vamos observar como este tipo de serviço vai encontrar formas de fazer os ajustes e melhorias necessários para sustentar a qualidade do atendimento e permanecer no mercado.
No fim das contas, seja de táxi, Uber, carona compartilhada... o importante é caminharmos sempre para frente!
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