quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Flor no deserto


O terreno é árido, seco.
O horizonte, monótono.
O céu ora com um sol que castiga, ora com uma escuridão que assombra. Tímida, uma flor solitária cresce em meio ao deserto.
Contrária a tudo, a flor delicada continua sendo uma flor.
Mesmo necessitando de água para saciar sua sede e crescer mais bela, ela inventa uma forma de ser bela sem a água.
Mesmo necessitando de compahia para admirar suas qualidades, ela inventa um jeito de fazer amizade com o vento para, afinal, não se sentir tão só.
Mesmo não sabendo se existem outras irmãs flores longe, além do horizonte, ela acredita que não deve ser a única flor que descobriu uma maneira de crescer no deserto.
Sem saber se uma chuva vai surgir, embebedando de esperanças esse solo tão castigado, ou se o sol vai finalmente extinguir suas últimas forças, ela continua acreditando que é flor. E continua vivendo cada dia, esperando que o amigo vento lhe traga alguma novidade e renove suas esperanças. E torcendo para que ao menos essa noite, o outro amigo, o orvalho, a visite.